quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Escola Brasileira e o Dia 20 de Novembro

Faltam consciências de muitas cores
Do educAÇÃO BR
Está chegando mais um dia 20 de novembro e poucos brasileiros sabem o seu significado ou a sua função social. Muitas escolas trabalham muito por ser mais uma convenção dos calendários, pois muitos “educadores” também não compreendem a importância pedagógica do dia. Faltam consciências de muitas cores ainda no Brasil, cores da política, da nossa cultura, da nossa sociedade, a negra assim como as outras é obscurecida pelo apagão educacional que vivemos no Brasil.
Sabemos que a nossa educação não anda bem, desde sempre, não podemos confiar que hoje, séculos depois da escravidão somos uma nação consciente e livre de preconceitos, ainda mais se é na escola também que se des”aprende” os reais valores da nossa história e do nosso povo. O nosso bullying racial é iniciado pelos jesuítas, ensinam ainda que uma cultura é superior a outra nas escolas, grupos cristãos inferiorizam as religiões de matriz africana, admiração e temor ainda se misturam diante de apresentações de capoeira, danças e batuques nas escolas, muitas unidades de ensino não são áreas laicas, o proselitismo religioso corre solto, o conservadorismo "ético e moral" que perseguem os economicamente desfavorecidos e até os de orientação sexual diferente segue o mesmo ritmo. 
Um Brasil com sindromes coloniais ainda insiste na escravidão, ou será que o povo é livre dos seus antigos dominantes, das elites, governantes que nos negam direitos, que nos prendem a projetos de exploração maquiados de sociais, meios de manutenção de seus poderes? Se traçarmos uma linha do Brasil colonia até o republicano, veremos que os nomes mudaram mas a relação opressor-oprimido continua e até com as mesmas caracteristicas, podem até ter mudado os ares, mas muito do cheiro ainda ficou. De donatários e índios escravos, de senhores e negros escravos, a governantes corruptos e eleitores comprados, de patrões exploradores e seus empregados.
A escola que não funciona ou funciona só para cumprir calendário em dias como o 20 de novembro, é parte do esquema secular da relação de servidão do nosso povo. Continua se ensinando que o negro foi escravizado e pronto, e não se aprende direito os reflexos na sociedade atual resultantes de quase quatro séculos de sofrimento de milhões de um povo que se constitue a nação brasileira como a castanha constitui o caju, seja doce ou não, amarelo ou vermelho, todos no final somos caju.
Caímos nas teias positivistas dos dominantes e ganhamos sem saber direito um herói, o Zumbi que assim como nosso Tiradentes existiram muito mais para seus opressores do que para os seus próximos. Suas histórias são pintadas para nos dá um orgulho que incorporamos mais como uma forma simbólica da nossa memória do que significados conscientes do nosso passado ligado a nossa existência, ainda oprimida no nosso presente. A liberdade ainda é necessária, ainda precisamos nos livrar de vários grilhões, seria bom se pelo menos a cada dia 20, isso ficasse bem claro aos brasileiros de todas as cores.
   

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