quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Escolas: dentro ou fora da eleição?


Do educAÇÃO BR
 
De dois em dois anos temos eleições em nosso país, as vésperas de mais um pleito, dessa vez para prefeitos e vereadores nos mais de cinco mil municípios brasileiros. Como a escola e seus componentes, orgãos normativos e executivos se comportam ou deveriam se portar diante de uma ocasião tão importante e até decisiva para o futuro, este que é também objeto de busca, de teoria e prática das instituições de ensino?

Se um futuro melhor depende diretamente do resultado das urnas, por isso o Brasil tornou-se o país do futuro que nunca chegou, pois a corrupção na politica nacional é uma inconveniente verdade, raiz ruim e forte da nossa história, quase um patrimônio do povo brasileiro. No nosso país tudo virou partido, tudo se tornou instrumento, aparelho para os que já detém poder continuar seus projetos pessoais ou oligárquicos. A escola, assim como as igrejas, sindicatos, associações, institutos, organizações não governamentais, instituições públicas ou privadas dão as costas para seus reais propósitos e ficam de frente para eles, os donos dos nossos destinos.

A escola seria um vetor poderoso na luta contra esse sistema, talvez por isso, a educação é a área mais atacada, a mais sucateada e desmantelada, pois a escola cumprindo o seu papel é nociva, é deveras perigosa, um coquetel molotov para os esquemas sujos da corrupção, pois professores que ensinam o que deve ser ensinado e estudantes que aprendem o que deve ser apreendido tem tradução direta nas urnas. A representação dessa frente de combate a luz do saber, está em nossa própria história, não a escrita pelos dominantes, mas a que pode afirmar e analisar o exemplo de os ditadores retirarem do currículo da educação básica no regime militar as disciplinas de filosofia e sociologia. 

Mesmo com o advento da nova constituição, “a democrática”, velhos vícios, cacos do passado ainda cortam nossos direitos, nossas almas iludidas com a redemocratização permanecem as sombras. As escolas brasileiras do século XXI ainda são vigiadas, ainda são controladas por uma ditatura branca, professores ou gestores idealistas com projetos que objetivam desenvolver o censo crítico, a formação politica dos estudantes, estes profissionais são assediados, enrolados, coagidos, mal interpretados e eliminados de proposito por “canalhocratas” das secretarias de educação que não fazem politicas públicas e sim partidárias, meros objetos das altas cúpulas na manutenção do poder de uns poucos que já são muitos.

Assim, a conclusão é que as escolas estão dentro até o talo das eleições, quando usadas para fins não interessantes e nada éticos ao papel original que uma escola guarda na sua razão de existir. Quanto mais dentro das eleições as escolas ficam nesse sentido, o contrário, mais longe, mais fora ficam os direitos, mais excluídos ficam os que precisam dela e de seus verdadeiros propósitos, o povo, a comunidade escolar se perde em meios às eleições.

 

 

 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Volta às aulas, não voltam os estudantes!


Volta às aulas, não voltam os estudantes, mas VOTAM os mesmos estudantes. 


Do educAÇÃO BR

Volta às aulas no Brasil e a vida estudantil como ela é, no calendário letivo da educação estadual do Tocantins, por exemplo, as aulas deveriam iniciar no dia primeiro de agosto, mas em muitos municípios e escolas deste ente caçula da federação, os estudantes auto decretaram extensão das férias, gozarão mais alguns dias, a previsão que o 2º semestre inicie então na próxima segunda, dia 6 de agosto, fora as diversas unidades das federais que estão em greve, dias que com certeza farão falta, sempre fazem.

Não seria nada leviano publicar que o mesmo que acontece no Tocantins vem acontecendo em outras regiões do país, o fato é que está bem claro que nossos jovens têm passado por um processo de esvaziamento mental ou empobrecimento formativo regado as futilidades e alienações de todas as cores postadas pelos meninos e meninas no facebook, as aprovações automáticas, a alavancada de cursos de curtíssima duração, as facilidades para ingressar nas universidades através do Enem, prouni e fies ou mesmo da elevação financeira das famílias brasileiras que estão podendo pagar mensalidades de faculdades do tipo “varejão do ensino” aumentaram. Mas com tais facilidades surgiram descasos, omissões, falta de foco ou objetivos minimamente sérios da nossa juventude e com isso um grande bolsão de precariedade na qualidade da nossa educação como um todo.

Os professores, rendidos e preocupados nas escolas já enfrentam o estresse de ter que pagar ou não essas aulas depois, mesmo comparecendo ao local de trabalho, as férias continuam para os discentes, mas para os docentes a trégua findou, irritações e pensamentos do que fazer com a outra metade do ano para tentar melhorar o nível dos nossos jovens gozadores voltaram com todo gás, metade esta que será ainda menor por conta do período eleitoral, pois infelizmente sabemos que nossa educação, nossas escolas tornam-se, na verdade são espaços de disputa politica nada salutar nos municípios, principalmente os pequenos, nesse contexto, as aulas e o cotidiano letivo sempre sofrem perturbações, pressões ou aliciamentos da normalidade das aulas.  Eis um grande problema. Volta às aulas, não voltam os estudantes, mas VOTAM os mesmos estudantes.